sábado, 9 de janeiro de 2010

Família recém-chegada sofre com precariedade


Nas últimas ruas do Balneá-rio Mar Azul, o Monza da família Cezário aponta em uma via de terra, que deveria ser uma avenida, na qual é preciso habilidade do motorista para transpor as crateras formadas pela enxurrada e o entulho de construção que se acumula nos cantos e no meio do caminho.
Recém-chegados ao loteamento, onde adquiriram duas residências para fugir do aluguel no Centro de Itapuí, sentem na pele as consequências da falta de infraestrutura. “Eu gosto mais daqui, porque estou doente e é mais quieto, mas é difícil, pois não tem asfalto nem esgoto e falta água”, diz o aposentado Manoel Cezário, 75 anos.
A neta Raquel Graziela Sebastião Cezário, 25 anos, que se mudou para o bairro com o marido e dois filhos, diz que não suporta o mau cheiro que exala da fossa séptica. “Eles vêm uma vez por semana (limpar a fossa), mas além do odor insuportável, atrai mosquito.”
Na rua habitada pela família, a precariedade atinge também a iluminação pública. “Não tem iluminação, apenas um poste para a rua inteira”, lembra o motorista Aparecido Cezário, 50 anos, filho de Manoel.
Não são somente as atividades cotidianas que ficam prejudicadas pela falta de infraestrutura. “O patrão dos meus filhos já está chiando de ter de transitar com caminhão carregado pelas ruas do bairro para poder pegá-los em casa. Se alguém ficar doente à noite aqui, está perdido. É uma vergonha”, desabafa Aparecido. (BZ)