quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Moradores reivindicam mais emprego em Itapuí



Priscila Donato
prisciladonato@comerciodojahu.com.br

Mais emprego e segurança pública é o que moradores de Itapuí dariam de presente à cidade hoje, data de comemoração de seus 96 anos. As reivindicações foram apontadas por 12 das 20 pessoas entrevistadas pelo Comércio anteontem nos bairros Irmãos Franceschi, Maria Rosário, Mar Azul e Centro.
“O que a cidade mais precisa é de emprego, o mercado de trabalho é muito escasso. Quem não trabalha nos abatedouros não tem muita opção, nem o comércio cria muitos empregos”, afirma a dona de casa Marli Andriolli Berchol. “Quem não trabalha nos abatedouros tem de sair daqui. Minha filha, por exemplo, é enfermeira e tem de trabalhar em Jaú toda madrugada”, fala a também dona de casa Rosa Mendes Barbosa.
A pensionista Carmen Eufrásio Laureano conta que seu filho, neto e nora estão desempregados e a dona de casa Maria Solange Batista acredita que Itapuí deveria ter Legião Mirim, a fim de facilitar o ingresso de jovens no mercado de trabalho.
Dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), entretanto, mostram que de janeiro a julho o nível de emprego em Itapuí cresceu 1,8%: foram 1.222 admissões contra 1.154 demissões, o que resulta em saldo positivo de 68 postos de trabalho.
Em vista disso, o prefeito de Itapuí, José Gilberto Saggioro (PPS), se diz surpreendido com a reivindicação popular. “Dentro da região, notamos que Itapuí está bem. Temos várias indústrias e recebemos trabalhadores até de outras cidades. Acredito que por ter bastante oportunidades, muitas pessoas vêm para a cidade sem qualificação e acabam ficando na ociosodade.”
Para amenizar essa questão, o prefeito afirma que há quatro anos a prefeitura desenvolve o Projeto Mãos à Obra, que tem duração de seis meses e visa a reencaminhar desempregados ao mercado de trabalho.

Violência

A área da segurança também preocupa os itapuienses. O comerciante Maurício Cincoto conta que diversos colegas foram assaltados e acredita que existe muita violência na cidade para o tamanho da população. Essa também é a opinião da dona de casa Geralda de Jesus Araújo. “O mercado perto da minha casa foi roubado mais de uma vez. Outro problema é o tráfico de drogas, que preocupa bastante.”
A professora Erica Luiz Paes sugere que a prefeitura envolva crianças e adolescentes em projetos, para que não fiquem à toa pelas ruas e se envolvam com drogas.
No primeiro semestre deste ano, conforme estatísticas da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado, houve crescimento no número de furtos e roubos praticados na cidade em relação ao mesmo período do ano passado.
O problema, na visão de Saggioro, é preocupante, mas segundo ele, o que a prefeitura pode fazer é pedir auxílio à SSP para que incremente o efetivo tanto da Polícia Militar como da Civil, que estão desfalcadas em todo o Estado. “Antes eram pequenos furtos, agora são roubos à mão armada”, diz.
O prefeito ainda anuncia que em janeiro deve ser iniciada a construção da estação de tratamento de esgoto da cidade, obra orçada em R$ 3 milhões e que será totalmente financiada pelo Programa Água Limpa, do governo do Estado.
Infraestrutura também é demanda

Moradores de Itapuí questio-nados pela reportagem do Comércio ainda apontaram como necessidades do Município melhorias em infraestrutura, educação e saúde.
“A cidade está abandonada na parte de infraestrutura. Não tem asfalto, as ruas estão cheias de buracos. A prainha também está sem condições de uso”, reclama o pintor Edvaldo Silvério. “Muitos bairros não têm asfalto nem galerias”, aponta o pedreiro Alexandre Marques.
A qualidade do ensino oferecido na cidade tem de melhorar, segundo o pedreiro Deusmário Vitor de Souza. “Existem vagas, mas a qualidade deixa a desejar. Minha filha está na segunda série e até hoje não sabe ler, nem os colegas dela.” A auxiliar de serviços-gerais Sandra Aparecida Cândida, por sua vez, pede melhorias no transporte escolar. “Acho o setor de educação falho. Só os alunos que estão na Emei têm transporte, os outros, como é o caso da minha filha, não têm. Hoje tenho de pagar uma van para levá-la à escola.”
No que diz respeito à saúde, a dona de casa Francislaine da Silva sugere que a prefeitura disponibilize um pediatra 24 horas na cidade, enquanto o pedreiro Reginaldo Jair Conessa critica a demora no atendimento: “qualquer doença mais grave precisamos sair da cidade”. (PD)

Fonte Comercio do Jahu